12/23/2007

Locais a Visitar - Concelho de Caldas da Rainha



Caldas da Rainha é uma cidade portuguesa situada no distrito de Leiria, região Centro e subregião do Oeste, com cerca de 29 000 habitantes.
É sede de um município com 255,87 km² de área e 48 844 habitantes (2001), subdividido em 16 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Alcobaça, a leste por Rio Maior, a sul pelo Cadaval, a oeste pelo Bombarral e por Óbidos e a noroeste pelo Oceano Atlântico.
Na Praça da República (conhecida popularmente como Praça da Fruta) realiza-se todos os dias, da parte da manhã, ao ar livre, o único mercado diário horto-frutícola do país, praticamente inalterável desde o final do século XIX.
Ainda hoje as Caldas da Rainha mantêm como armas, o brasão da Rainha D. Leonor, ladeado à esquerda pelo seu próprio emblema (o camaroeiro) e à direita pelo emblema de D. João II (o pelicano). Ao manter estas armas, a cidade é das poucas povoações do país a possuir um brasão anterior à normalização da heráldica municipal levada a cabo no princípio do século XX.

Criação da Cidade

Pensa-se que, em 1484, durante uma viagem de Óbidos à Batalha, a Rainha Leonor de Viseu (mais conhecida na região como Rainha D. Leonor), mulher do rei D. João II, e a sua corte, tenham passado por um local onde várias pessoas se banhavam em águas de cheiro intenso. A rainha perguntou-lhes porque o faziam, pois naquele tempo não era normal as pessoas tomarem banho, muito menos em águas com cheiro pouco agradável, ao que responderam que eram doentes e que aquelas águas possuiam poderes curativos. A rainha quis comprovar se assim era e banhou-se naquelas águas, pois também ela era doente (não existe concordância em relação a este aspecto: alguns autores dizem que a rainha padecia de uma úlcera no peito, outros que tinha problemas de pele e outros ainda que tinha simplesmente uma ferida no braço). Conta a lenda que se curou e que no ano seguinte mandou construir naquele lugar um hospital termal para todos aqueles que nele se quisessem tratar.
Naquele local a rainha fundou uma pequena povoação com 30 moradores, dando-lhes beneficios como não terem de pagar os seguintes impostos: jugada (antigo tributo que recaía em terras lavradias), oitavos, siza e portagem, que também se estendiam aos mercadores que viessem de fora para comprar ou vender.

Cerâmica

Caldas da Rainha é bem conhecida pela sua louça (louça das Caldas). A indústria instalou-se aqui no final do século XIX, fazendo da cidade capital da cerâmica. Referências antigas em relação ao fabrico de cerâmica podem ser encontrados nesta área, com os solos ricos em argila. Uma prova deste facto é o nome de Bombarral, sendo barral relativo a barreira, local de onde se tira barro, revelando que a tradição oleira já aqui se encontrava em tempos remotos.
Tipos de Cerâmica:
Utilitária
louça de cozinha
Humurística/Peculiar
Decorativa
Fálica
Caricaturista
Naturalista

A louça de cozinha tem dois formatos diferentes: a louça contemporânea, com linhas e design simples, para uso diário, e a louça naturalista, representando alfaces, peixes, fruta, enchidos, etc.
A louça humorística serve de decoração, embora nem toda sirva para o efeito como a louça fálica, que apresenta seios descobertos, pénis erectos, figuras nuas e peças de humor relativas à higiene pessoal.
A louça caricatural originariamente apresentava profissões (padres, pescadores, agricultores) ou estereótipos sociais duma maneira sarcástica e depreciativa. Hoje em dia as figuras representam políticos ou celebridades, mas a mais popular é sem dúvida o Zé povinho. Este boneco, criado por Rafael Bordalo Pinheiro para "A Lanterna Mágica", serve como estereótipo de povo português e é usado como símbolo de Portugal e do povo português.

Gastronomia

Cidade com especial relevo na doçaria, apresenta as trouxas de ovos, as cavacas, as lampreias de ovos e os beijinhos.
Em Junho de 2005 uma pirâmide de cavacas foi erigida na Praça 25 de Abril, em frente à Câmara Municipal.

Bordados

Os bordados das Caldas da Rainha fabricavam-se inicialmente em linho grosseiro com fios de linho, tintos por cozedura em chás, o que tornava a sua cor diferente a cada cozedura, dependendo do tipo de plantas ou flores utilizadas no chá. Actualmente são feitos a partir de fio de linho de canela, sendo a simetria a imagem de marca do Bordado das Caldas. Os exemplares mais reproduzidos são toalhas e colchas com motivos como “aranhiços”, espirais, ângulos e corações, sempre simétricos. O formato é geralmente rectangular, havendo contudo vários em forma circular ou em quadrado perfeito.
Os pontos usados nos bordados podem ser pontos:
caseados
formiga
pé de galo
espiga
E os recortes podem ser:
espaçados
desencontrados
Pensa-se terem origens Espanholas e coloca-se ainda a possibilidade da sua origem residir nos quadros de naturezas mortas da pintora seiscentista Josefa de Óbidos.
Apesar dos esforços desenvolvidos pela Câmara Municipal da cidade, os bordados encontram-se em vias de extinção devido à falta de aderência das camadas jovens.

Museus

Museu de José Malhoa
Museu de Cerâmica - Caldas da Rainha
Casa Museu Rafael Bordalo Pinheiro
Casa Museu de S. Rafael
Museu Atelier António Duarte
Museu Atelier João Fragoso
Casa Museu Salvador Barata Feyo

Igrejas

Ermida da São Sebastião é uma capela do século XVI, adjacente à Praça da Républica.
Igreja Nossa Senhora do Pópulo é uma igreja de estilo Gótico que se situa perto do Hospital Termal. Foi construída em 1500 pela Rainha Dona Leonor.
Igreja de Nossa Senhora da Conceição é uma igreja do século XX localizada perto da Praça 25 de Abril.

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